Imagine embarcar em um trem cuja estação está localizada no centro do Rio de Janeiro e, depois de uma longa viagem, desembarcar aos pés da Cordilheira dos Andes ou à beira do Pacíficio chileno. Parece um sonho distante, inspirado nas ferrovias europeias — mas é exatamente isso que um projeto ambicioso pretende tornar realidade, com previsão de inauguração já para os próximos anos.
Que história é essa?
Chamado informalmente de “Corredor Bioceânico” ou “Ferrovia Transcontinental”, esse projeto visa conectar o Oceano Atlântico ao Pacífico por meio de uma malha ferroviária que atravessa vários países sul-americanos — incluindo Brasil, Paraguai, Argentina, Bolívia, Peru e Chile.
A ideia principal é facilitar o transporte de cargas, mas uma das grandes possibilidades em discussão é a criação de linhas de passageiros — abrindo espaço para novas formas de turismo ferroviário entre os países do continente, semelhante ao que já acontece na Europa.
Quando vai acontecer?
Atualmente, o projeto está em fase de estudos e acordos internacionais. Alguns trechos estão em construção ou já operam (como a Ferrovia Norte-Sul e a FIOL no Brasil), e países como Paraguai e Bolívia já assinaram memorandos para avançar nas obras. O apoio de instituições como o BNDES, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e até investidores chineses está sendo discutido.
No entanto, conectar um centro urbano do porte do Rio de Janeiro a uma rede ferroviária continental é um desafio enorme. Será preciso integrar o transporte metropolitano à malha ferroviária nacional e interestadual — algo que exige planejamento estratégico, investimentos robustos e, acima de tudo, vontade política.
Ainda há diversos obstáculos a serem superados: o grande déficit histórico na infraestrutura ferroviária do Brasil, as divergências políticas entre os países envolvidos no projeto e, principalmente, as delicadas questões ambientais — já que muitos dos traçados propostos atravessam áreas de preservação e territórios indígenas.
Preparado para substituir os trajetos aéreos pelas longas ferrovias? Avante para o próximo destino, viajante!